Não tinha onde cair morto
Até que uma mão se estendeu
Em meio à tormenta, um porto
De braços abertos o acolheu
Subiu qual foguete da Nasa
Passou a ver tudo de cima
Mas não aprendeu quase nada
Poeta sem causa e sem rima
Comprou a verdade do mundo
Tornou-se dono da razão
Esqueceu que veio do fundo
E que não tem gaveta o caixão
Sonhava um dia ser nome
De praça, de rua e avenida
Mas soube pelo telefone
Que não tinha preço pra vida
Doutores do mundo chegaram
Tentando salva-lo em vão
E tantos por ele choraram
Antes da comemoração
Levou sua fala tão séria
Deixou tudo o que lhe valeu
A mão que o tirou da miséria
Acenou-lhe o último Adeus
O dono do mundo partiu
Deixou sua verdade e a razão
Ninguém nunca soube e nem viu
Aquele que lhe deu a mão
Seu sonho foi realizado
Virou uma estátua na praça
Poleiro de pombos, gelado
Estorvo a quem por lá passa
(Piaia)
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