quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Ela, a vida

Na folha morta do livro não lido
Sem sentido
Na folha viva da relva pisada
Calada
Lá está a mensagem em ambas contida
A vida

Na palavra mansa do velho senil
Por um fio
Na resposta áspera do jovem viril
A mil
Eis a grande oportunidade perdida
A vida

No olhar inocente de tenra criança
Esperança
Na chegada sentida a longos passos
Mil abraços
Hei-la a cada instante renascida
A vida

Na cor do vestido em tom berrante
Insinuante
No teor do convite ao pé do ouvido
Atrevido
Ela, amante de ingênua travestida
A vida

No escrito não dito letra por letra
Na gaveta
No projeto ocioso que ficou guardado
Empoeirado
Caminho finito, desculpa da sorte
A morte

Classificado entre os 50 melhores no 6o Concurso Poético do Cancioneiro, para todos os países de língua portuguesa, pela Universidade Instituto Piaget, em Almada, Portugal, integrando a antologia “Amo de Ti” – 2010.

(Piaia)

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