quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Estranho mundo

O que peço não é muito.
Queria apenas chegar em casa tropeçando em sorrisos
Pisar desatento nos sentimentos menores
Nem perceber a geladeira vazia
Mas sentir a casa cheia de nossa pequena família
Sentir em todos um perfume de alegria.
Dispenso pompas na recepção
Basta o cachorro a me lamber a mão.
O que peço é tão pouco...
Só um olhar de quem me compreende
Até palavras são desnecessárias
Um "oi" apenas é suficiente
Só queria ver que alguém está contente
Porque cheguei junto com o fim do dia.
Peço quase nada
Não faço conta do jantar humilde
Até prefiro o silêncio sincero
Andar descalço do quarto à cozinha
Sentir-me em casa é tudo o que quero.
Num banho quente lavaria as mágoas
Porque, afinal, estou em nossa casa
E dentro dela está minha família.
Chinelo velho, roupa bem folgada
Porque de aperto quero ficar longe
Queria apenas suspirar bem fundo
Com a certeza de que nossa casa
É, dentre todos, nosso melhor mundo.
Estranho mundo onde sou estranho.

(Piaia)

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