quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Chuva

Num instante o sol se fecha
Some o sol do meu olhar
Vem o vento, vem a pressa
Todos querem proteção, não se molhar.

Lá das nuvens vem a água
Saciar, da terra, a sede
Traz com ela tanta mágoa
Dessa gente apressada, comprimida na parede.

Chuva
Que mágico poder de aproximar
Pessoas diferentes, contentes, descontentes
Sob uma mesma marquise.
Chuva
Que mágico poder de igualar
Pretos, brancos, ricos, pobres, agora tão iguais
Porque todos, tão molhados, só têm pressa de chegar.

Chuva que traz o transtorno
Também traz a alegria
Pois quem planta quer retorno
Da semente germinar a qualquer dia.

E sob aquela marquise
Sem sentir, sem se notarem
Dois olhares, num deslize
Acabaram se cruzando para um dia se juntarem.

(Piaia)

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