segunda-feira, 6 de julho de 2009

Olhando para o nada

Como em todas as tardes, o suarento menino sentou-se no banco da praça na pequena cidade.
Com o olhar fixo no horizonte olhava para o “nada”, chamando a atenção do velho comerciante de tecidos, bem em frente, do outro lado da rua.
O fato se repetia há tanto tempo que nenhum dos dois se lembrava quando começou.
Mas naquele dia seria diferente.
Intrigado e disposto a saber o que o menino tanto olhava todos os dias, o comerciante deixou a loja, atravessou a rua calma e foi ter com ele.
“- Ô garoto! Porque todas as tardes você se senta nesse mesmo banco e fica olhando o “nada” no horizonte?”
“- Como olhando o nada?! –surpreendeu-se. “-Olhe e veja o senhor mesmo!”
“- Mas a única coisa que vejo é o sol se pondo atrás das montanhas!”
“- Que pena...” – lamentou o menino.

(Piaia)

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