sexta-feira, 23 de maio de 2014

Poesia perfeita


Busquei nas gavetas do tempo
nos armários inúteis
em bolsos esquecidos,
onde encontrei apenas velhas lembranças,
e delas tentei fazer poesia.

Procurei nas esquinas poeirentas
sob pontes descabidas
em portas inocentes,
onde se exilam excluídos e tímidos,
e em seus olhos não estavam as rimas.

Perguntei aos sonhos interrompidos
janelas que contemplam o nada
paisagens estampadas nas paredes,
onde o tédio finca raízes nas nuvens,
mas ninguém soube noticias.

Publiquei apelos no jornal
gritei a pulmões esperançosos
esperei à sombra das torres,
onde as esperanças são incoerentes,
e não me trouxeram provas.

Onde estaria a poesia perfeita?
a tais horas perambulando pelas ruas
talvez acolhida num banco de jardim
talvez escondida tão perto de mim...
Poesia mais que perfeita
talvez me visite no próximo domingo.

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