sexta-feira, 23 de maio de 2014

Passe bem


Não sou metade de nada,
não vivo de amor ou boas vibrações,
não me alimento de sol e
o arco-íris não passa de um reflexo.
Estrelas nascem e morrem,
e daí? Amanhã estarão no mesmo lugar,
mas eu não.
Sou carne, sou osso,
sou imundices e trapos,
sou vísceras e uns poucos cabelos.
Os meus versos nascem nus,
Minha poesia é fria.
Não vivo de sonhos,
sorrisos não satisfazem minha fome.
Os românticos, talvez,
no seu falso mundinho,
cor de rosa e chato como só.
Mas eu vivo acordado,
do meu trabalho,
dos meus planos,
das minhas atitudes.
Não dependo de alguém que
vibre positivamente por mim ou
meu sucesso.
Eu faço o meu caminho e
se me derem um empurrãozinho,
agradeço.
Nada mais que isso me basta.
Estou farto de palavras,
mensagens de auto-ajuda
que escondem a hipocrisia,
que disfarçam os caninos
longos e ensanguentados.
O mundo nunca esteve tão piegas,
chato e artificial.
Atitudes estão em falta,
verdades engavetadas.
Não tenho tribos, mas
não me faltam amigos;
Não preciso ter sonhos, pois
faço meus planos e vou buscá-los.
Não preciso que me digam o que fazer,
pois sei o que quero, e
o que quero quase sempre
não é o que os outros querem para mim.
Quero pisar em todos os mundos e
se você não gostar
tire o seu do caminho,
saia do caminho,
recolha seus discos e livros;
Eles não me interessam.
Minta para você, se
isso o satisfaz,
mas nem mesmo sua verdade
me interessa.
E passe bem. 

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