Mulher paisagem
morta,
mal cheirando a tédio,
passividade de um
abajur.
Feita para ser vista,
mantida pela revista,
páginas grudentas de
se engolir.
Mulher paisagem
morta,
linda de se ver,
mas não me acorde pela
manhã.
Quero sonhar o sonho
que você desconhece.
Mulher paisagem
morta,
o silicone tirou-lhe o
viço,
o dinheiro comprou-lhe
fãma,
bajuladores a
convenceram que
poderia voar.
Amanhã não terás.
Mulher paisagem,
paisagem morta
bonita e só,
mas não me arrebata
como casinha à beira
do lago
na estrada para
Pedreira.
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