segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Abandono

No abandono da tarde
Os sinos dobram por quem se dobra
A porta se abre com alarde
É apenas o vento que entra e sai
E também se vai

No abandono da noite
Os sinos se calam por quem se cala
A porta se abre num açoite
São apenas fantasmas da solidão
Que também se vão

Na chegada do dia
Os sinos regalam pelos que trabalham
A porta se abre sem alegria
Ainda não é quem espero de outrora
Que também foi embora

(Deni Píàia)

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