No abandono da tarde
Os sinos dobram por quem se dobra
A porta se abre com alarde
É apenas o vento que entra e sai
E também se vai
No abandono da noite
Os sinos se calam por quem se cala
A porta se abre num açoite
São apenas fantasmas da solidão
Que também se vão
Na chegada do dia
Os sinos regalam pelos que trabalham
A porta se abre sem alegria
Ainda não é quem espero de outrora
Que também foi embora
(Deni Píàia)
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