quinta-feira, 30 de junho de 2011

Colo de mãe


Duas mãos lentas,
Um carinho calado,
Uma palavra não dita,
Amor escancarado.
No corpo sofrido,
Franzino, arqueado,
O vestido que não se ajeita.
No colo gostoso
O carinho que dói,
Cheiro de camomila,
Cheiro de mãe velhinha.
Será que toda mãe tem o mesmo cheiro?
A penumbra aumenta a saudade
E ela nem se foi.
Perco-me no encanto de sua frágil idade,
Fragilidade que encanta,
Criança outra vez.
Queria ser mais forte que ela.
Queria mesmo.


Deni Píàia

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