sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Todos os dias são iguais

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Estive perdido por todo esse tempo, mas
Ninguém se mantém no inferno ou no paraíso se não quiser
Vaguei pelos vales do corpo amado
Levitei sobre cabelos ondulados e perfumados
Rastejei-me aos pés de unhas vermelhas
Deitei-me com as cabras da montanha
Até que uma doce flauta doce soou a leste
E como um rato de esgoto passei a seguir
As cores que se esparramaram pelos campos
Quando todos lhe dizem o que sentir, falar ou como agir
Algo está acontecendo no país de ninguém
Quando a platéia vaiou Bob Dylan
Ficou claro que estrelas só brilham no escuro
Não posso acreditar no que dizem os jornais
Já que todo jornalista pensa ser Deus
Publicitários têm certeza
Médicos até brincam de ser
E o advogado vai processar os três
Afinal, ele se enxerga acima dos quatro
Todos os dias são iguais quando você não tem dinheiro para o pão

(Deni Píàia)

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