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Seu universo tem duas calçadas
Que se encontram numa esquina
Onde todos vão pegá-la
Travestida de menina
Basta um toque na buzina
Seu universo tem um poste torto
Que mal ilumina sua noite
Quando o dia já vai morto
A única rima é o açoite
Mas às vezes tem pernoite
Seu universo tem carros do ano
Mais confortáveis que sua cama
Tipos bizarros, sentimento insano
Pagam pra dizer que os ama
Habituados à lama
Seu universo tem roupas curtas
Pernas de fora, seios à mostra
Paredes nuas, retinas turvas
Bancos de couro onde se prostra
Mercadoria exposta
Seu universo é mais que isso
Também tem medos, choro que embarga
Ranger de dentes, reza e feitiço
Suor azedo, saliva amarga
É pesada sua carga
(Deni Píàia)
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
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