quarta-feira, 31 de março de 2010

Minha rua

Moro numa rua que não tem nome,
Não tem idade,
Que não tem graça.
As crianças cresceram,
Os velhos morreram,
As árvores secaram.
Só adultos entristecidos restaram,
Nem minhas lembranças sobreviveram.
Moro numa rua que sobe e desce,
Mas nunca aparece.
Lá o vento não sopra perfumes,
As janelas não se abrem para o sol,
Os vizinhos não se falam sob as estrelas.
Moro numa rua morta,
Mas eu estou vivo.
Por isso vou embora dessa rua,
Vou pra lua,
De onde possa vê-la nua.

(Piaia)

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